terça-feira, 12 de maio de 2020

As histórias da Telescola - Semana de 4 a 8 de maio



As histórias da Telescola 

(Hora da Leitura/Aulas de Português)


ESTRANHÕES & BIZZARROCOS

Sábios como camelos

(1º  e 2º anos)




HISTÓRIAS TRADICIONAIS PORTUGUESAS

As três fortunas do Lobo Feroz

(3º  e 4º anos)



Em tempos distantes, um Lobo feroz tinha adormecido numa caverna onde dormiu quarenta e oito horas seguidas. Quando acordou esfomeado, espreguiçou-se, rangeu os dentes e afiou as unhas. Espirrou três vezes, pois estava um friozinho. Primeiro pensou que estava constipado, mas depois percebeu que não. Dizia-se que quem espirrava três vezes ao acordar teria três fortunas a ganhar.
Contente, pensou que iria ter sorte naquele dia. Ao descer a montanha, avistou dois carneiros a discutir sobre a divisão de terrenos onde estavam. Quando os viu, pensou que estes eram a sua primeira fortuna e que os ia comer. Mas enganou-se! Os carneiros foram mais espertos do que ele. Pediram-lhe para lhes resolver o seu problema. Ele aceitou e foi ver os limites da propriedade. No entanto, quando se voltou, os dois carneiros deram-lhe duas marradas. Foi assim que o lobo perdeu a sua primeira fortuna!
Continuou o seu caminho, quando viu duas éguas a pastar: uma velha e outra nova. Pensando que essa seria a sua sorte, decidiu tentar apanhar a mais velha. Esta disse-lhe que lhe oferecia a sua filha, que tinha a carne mais tenrinha, se ele lhe tirasse o espinho que tinha cravado numa das patas traseiras. E o lobo aceitou. Aproximou-se para o fazer, mas esta deu-lhe um coice que o fez cair desmaiado! Quando acordou, já não viu égua alguma. Foi assim que o lobo perdeu a sua segunda fortuna!
Prosseguiu o seu caminho em busca da sua sorte, até que viu uma porca com os seus leitões. Esperançado, pensou que finalmente esta seria a sua fortuna. Dirigiu-se à porca e pediu-lhe para comer os leitõezinhos. Ela disse-lhe que sim, mas pediu-lhe que os batizasse primeiro. O Lobo respondeu-lhe que não era padre nem sacristão, mas acabou por dizer que sim. Assim que apanhou o lobo ao pé do poço, a porca empurrou-o lá para dentro. Foi então que o lobo perdeu a sua terceira fortuna!
Depois de muito esforço, ele lá conseguiu trepar por uma corda, quando, já perto da superfície, viu uma vaca a passar. Ainda pensou em ir atrás dela para comê-la, mas mudou de ideias, pois já tinha tido “sorte” suficiente!

FIM
Adaptação

A PRINCESA E A ERVILHA

(3º  e 4º anos)

       A princesa e a ervilha Era uma vez um príncipe, herdeiro dum bonito reino, que queria casar, mas havia de ser com uma princesa verdadeira. 
     Para encontrar o que queria resolveu ir viajar; despediu-se dos pais e da corte, foi percorrer o mundo inteiro. 
      Mas, por mais que procurasse não encontrava o que queria. Princesas havia muitas, mas se eram verdadeiras ou não, isso é que ele não podia saber, porque havia sempre qualquer coisa que o deixava na dúvida. 
      Depois de percorrer o mundo, voltou muito desconsolado ao seu palácio, porque desejando casar com uma princesa verdadeira, em parte nenhuma a pudera encontrar. 
     Uma noite, estava um terrível temporal; a chuva, os relâmpagos e os trovões faziam um efeito medonho. 
      Nisto bateram à porta do palácio com muita aflição, e o velho rei foi abrir. Era uma princesa que procurava abrigo. Mas – Santo Deus! – em que estado se encontrava a pobre senhora, que a chuva desarranjara completamente! A água entrara-lhe pela cabeça e saía-lhe aos pés. O rei ficou admirado, não queria acreditar no que lhe diziam mas a menina afirmou que era uma princesa verdadeira! 
     “ Isso é o que nós amanhã vamos saber!...” pensou a velha rainha, mas não disse nada a ninguém. Foi ao quarto que destinava à princesa, levantou toda a roupa da cama e pôs-lhe uma ervilha ao fundo. Por cima pôs-lhe vinte colchões e mais vinte acolchoados de penas, mandando deitar a princesa sobre tudo isto. 
      De manhã, foi ter com ela e perguntou-lhe se dormira bem: 
   - Mal, muito mal! – respondeu a princesa – Não preguei olho em toda a noite! Sabe Deus o que havia nesta cama! Decerto era alguma coisa muito dura, porque tenho o corpo cheio de nódoas negras. Foi uma coisa terrível! 
     Então a rainha foi declarar ao príncipe que era realmente uma princesa verdadeira, porque em cima de vinte colchões e de vinte acolchoados de penas sentia a ervilha que lá pusera para a experimentar. Só uma princesa verdadeira podia ter uma pele tão sensível. 
    O príncipe ficou muito satisfeito, porque tinha a certeza de ter encontrado, finalmente, uma princesa verdadeira. A ervilha foi levada para o museu, onde ainda se pode ver, se ninguém a tiver roubado. Olhem que isto foi uma verdadeira história. 

Hans Christian Andersen, Contos de Andersen, 
Relógio d`Água Editores, 2007 adaptação da Areal Editores)


O SEGREDO DO RIO

(3º  e 4º anos)



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