As histórias da Telescola
(Hora da Leitura/Aulas de Português)
ESTRANHÕES & BIZZARROCOS
Sábios como camelos
(1º e 2º anos)
HISTÓRIAS TRADICIONAIS PORTUGUESAS
As três fortunas do Lobo Feroz
(3º e 4º anos)
Em tempos distantes, um Lobo feroz tinha adormecido numa caverna onde dormiu quarenta e oito horas seguidas. Quando acordou esfomeado, espreguiçou-se, rangeu os dentes e afiou as unhas. Espirrou três vezes, pois estava um friozinho. Primeiro pensou que estava constipado, mas depois percebeu que não. Dizia-se que quem espirrava três vezes ao acordar teria três fortunas a ganhar.
Contente, pensou que iria ter sorte naquele dia. Ao descer a montanha, avistou dois carneiros a discutir sobre a divisão de terrenos onde estavam. Quando os viu, pensou que estes eram a sua primeira fortuna e que os ia comer. Mas enganou-se! Os carneiros foram mais espertos do que ele. Pediram-lhe para lhes resolver o seu problema. Ele aceitou e foi ver os limites da propriedade. No entanto, quando se voltou, os dois carneiros deram-lhe duas marradas. Foi assim que o lobo perdeu a sua primeira fortuna!
Continuou o seu caminho, quando viu duas éguas a pastar: uma velha e outra nova. Pensando que essa seria a sua sorte, decidiu tentar apanhar a mais velha. Esta disse-lhe que lhe oferecia a sua filha, que tinha a carne mais tenrinha, se ele lhe tirasse o espinho que tinha cravado numa das patas traseiras. E o lobo aceitou. Aproximou-se para o fazer, mas esta deu-lhe um coice que o fez cair desmaiado! Quando acordou, já não viu égua alguma. Foi assim que o lobo perdeu a sua segunda fortuna!
Prosseguiu o seu caminho em busca da sua sorte, até que viu uma porca com os seus leitões. Esperançado, pensou que finalmente esta seria a sua fortuna. Dirigiu-se à porca e pediu-lhe para comer os leitõezinhos. Ela disse-lhe que sim, mas pediu-lhe que os batizasse primeiro. O Lobo respondeu-lhe que não era padre nem sacristão, mas acabou por dizer que sim. Assim que apanhou o lobo ao pé do poço, a porca empurrou-o lá para dentro. Foi então que o lobo perdeu a sua terceira fortuna!
Depois de muito esforço, ele lá conseguiu trepar por uma corda, quando, já perto da superfície, viu uma vaca a passar. Ainda pensou em ir atrás dela para comê-la, mas mudou de ideias, pois já tinha tido “sorte” suficiente!
FIM
Adaptação
A PRINCESA E A ERVILHA
(3º e 4º anos)
(3º e 4º anos)
A princesa e a ervilha
Era uma vez um príncipe, herdeiro dum bonito reino, que queria casar, mas havia de ser com uma princesa
verdadeira.
Para encontrar o que queria resolveu ir viajar; despediu-se dos pais e da corte, foi percorrer o mundo
inteiro.
Mas, por mais que procurasse não encontrava o que queria. Princesas havia muitas, mas se eram
verdadeiras ou não, isso é que ele não podia saber, porque havia sempre qualquer coisa que o deixava na
dúvida.
Depois de percorrer o mundo, voltou muito desconsolado ao seu palácio, porque desejando casar com
uma princesa verdadeira, em parte nenhuma a pudera encontrar.
Uma noite, estava um terrível temporal; a chuva, os relâmpagos e os trovões faziam um efeito medonho.
Nisto bateram à porta do palácio com muita aflição, e o velho rei foi abrir.
Era uma princesa que procurava abrigo. Mas – Santo Deus! – em que estado se encontrava a pobre
senhora, que a chuva desarranjara completamente! A água entrara-lhe pela cabeça e saía-lhe aos pés.
O rei ficou admirado, não queria acreditar no que lhe diziam mas a menina afirmou que era uma princesa
verdadeira!
“ Isso é o que nós amanhã vamos saber!...” pensou a velha rainha, mas não disse nada a ninguém.
Foi ao quarto que destinava à princesa, levantou toda a roupa da cama e pôs-lhe uma ervilha ao fundo.
Por cima pôs-lhe vinte colchões e mais vinte acolchoados de penas, mandando deitar a princesa sobre tudo
isto.
De manhã, foi ter com ela e perguntou-lhe se dormira bem:
- Mal, muito mal! – respondeu a princesa – Não preguei olho em toda a noite! Sabe Deus o que havia
nesta cama! Decerto era alguma coisa muito dura, porque tenho o corpo cheio de nódoas negras. Foi uma
coisa terrível!
Então a rainha foi declarar ao príncipe que era realmente uma princesa verdadeira, porque em cima de
vinte colchões e de vinte acolchoados de penas sentia a ervilha que lá pusera para a experimentar. Só uma
princesa verdadeira podia ter uma pele tão sensível.
O príncipe ficou muito satisfeito, porque tinha a certeza de ter encontrado, finalmente, uma princesa
verdadeira. A ervilha foi levada para o museu, onde ainda se pode ver, se ninguém a tiver roubado.
Olhem que isto foi uma verdadeira história.
Hans Christian Andersen, Contos de Andersen,
Relógio d`Água Editores,
2007 adaptação da Areal Editores)
(3º e 4º anos)
O SEGREDO DO RIO
(3º e 4º anos)
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